"Brickwall" by Arnold Paul - Own work (selbst erstelltes Foto). Licensed under CC BY-SA 2.5 via Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brickwall.jpg#mediaviewer/File:Brickwall.jpg
Was caught red-handed showing feelings,
showing feelings of an almost human nature.
This will not do
No final do julgamento ele é condenado, mas o muro que o isola neste lado da humanidade (com seus egoísmos, vaidade e louvação ao dinheiro) explode. Atrás dele, um mundo em ruínas, como após um bombardeio, mostra crianças brincando sobre escombros. Uma música quase que assobiada passa um sentimento de paz profunda, de harmonia, do regresso aos enternecimentos que nortearam o início da nossa jornada que se chama vida! Estaremos aqui por poucas dezenas de anos, e estaremos mais preocupados em garantir a próxima dezena do que fazer algo significativo para a existência da humanidade. Obviamente, de acordo com as regulações advindas de sistemas como a moral e ética (às vezes estabelecidos em bases preconceituosas) podemos até contribuir indiretamente, desde que princípios básicos de convivência social e fraternidade sejam efetivamente levados a cabo. Porém, há inteligência que se incomoda com as outras questões. E muito! Talvez se crie os muros e as muralhas que protejam aquele íntimo sensível e empático. O problema é que o mundo avassala de uma forma como nunca antes vista na história, com uma rapidez estúpida face às etapas de aquisição psicológica do novo. Tudo comandado em nome da tecnologia e da sociedade da informação. De fato, há um oceano de informações a nossa disposição, com dois centímetros de profundidade. E tudo invade como enchente o teu cotidiano. Hoje eu tenho a impressão que 1984 do Orwell foi apenas adiado para daqui a pouco. Entretanto, o meu coração está em paz, o que conflita com os que se passa ao meu redor. Aquele buliçoso e romântico homem que se inspirava em sonhos eternos, encontrou a calmaria da realização.
Assim, quando olho aquele muro intransponível na minha frente penso que tenho duas alternativas. A primeira delas é pôr ele abaixo com a força da minha retórica e convicção. Gritaria um “tear down the wall” para que todos os meus desejos, represados pelas décadas ou dezenas de anos, se libertassem das amarras psicológicas e filosóficas que os prenderam no meu peito. Que se livrassem das dúvidas que o meu sistema cognitivo ainda prescinde. Que se livrassem dos sonhos inúteis, dos anseios de pele que te levam para labirintos de vaidades, de regras vãs que impõem pensamentos e falsas certezas e finalmente daqueles vaticinadores de plantão que desgraçam qualquer escolha de futuro.
A segunda alternativa é mais simples e consiste em procurar por entre os guetos, deste lado do muro, aqueles em que ser o que sou é a regra. Aquele onde poderei saciar os meus desejos sem explosões nefastas, sem justificativas eloquentes, sem pressa e sem tempo.
Tudo é uma questão de escolha. Prepare se para as consequências.
ResponderExcluir