El tiempo pasa
Nos vamos poniendo viejos
Yo el amor
No lo reflejo como ayer
Estes são os primeiros versos da canção Años do Pablo Milanés. O tempo passa e nós vamos ficando velhos. E o amor não reflete como ontem. O nosso tempo pode ser sentido ou pressentido. Pode existir em sensações que nos extasiam ou prostram, ou pressagiado quando se ignora os dias que passam lá fora, para além da janela da solidão. O tempo passa e nos carrega na carreira para o destino. Podemos tomar suas rédeas e evocar a direção que no horizonte suponhamos encontrar a felicidade. Ou podemos deixar o galope existir por si só, entregando-nos uma distância que deixamos para trás, sem nos ater aos que estão no caminho. Tudo é uma questão de decisão, que sempre se baseará em quem somos e no que queremos. O problema é que podemos ter uma ideia distorcida de quem somos, desfocada pela falta de interação, companheirismo e (por que não dizer?) amor. E também podemos ser iludidos pelo que queremos quando o anseio for maior do que a temperança para alcançar o desejo. O querer muda com o ser, de uma forma profunda e arraigada à nossa alma. Mas, para algumas pessoas, o querer domina o ser. E quando isto acontece o tempo apenas passa no vazio de conquistas inúteis, na incompletude deixada no nosso coração.
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