By böhringer friedrich (Own work) [CC BY-SA 2.5 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.5)], via Wikimedia Commons
A trilha leva os meus passos e há algo de indolente que se esvai pelo caminho. Diria que é o meu corpo, rechaçado do convívio por um absoluto e imenso cansaço. Diria que é o meu ânimo, alquebrado pelas frustrações eternas, por aquela mulher que varreu todos os vestígios de felicidade. Um passo após o outro e a terra não me consome, mas as lembranças que vertem pelas lágrimas assolam a paisagem. Ela está lá estática e muda. Uma imagem de um rosto claro, com seus olhos cor de mel, a disputar matizes com o pôr do sol no infindo horizonte do destino. Inalcançável pelas lamúrias, pelas súplicas de paixão que um dia foram ignoradas. Um passo após o outro. Não me importa mais para onde ir ou onde chegarei. Qualquer lugar é qualquer lugar. Não haverá remanso e não haverá paz que afaste esta tormenta de não mais vê-la, a não ser pelas miragens que zombam pelo cotidiano.
Há algo de eterno no meu passado. Os passos caminham por si só, como se ignorassem a minha vontade de me perder. Não há mais um futuro para se sonhar, não há mais um objetivo por que lutar. Apenas um caminho do qual não se pode desviar. O abrigo para esquecer do mundo, é o próprio caminhar.
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