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Think of anyone the world: whom would you invite to dinner?
My speech was never intended to put me in a central position, such as to star in the words that were supposed to leave my mind. The abstraction of me, an individual who passes almost always unnoticed by the sceneries of existence, is fundamental to my understanding of the people around me. It is not exactly because I have the will to understand them in a more psychological context, but to get a glimpse of the impact of my own thoughts on the perception of others. What is implied here is that I have not the slightest attachment in talking to walls, especially those clothed in a certain human body. Another reason is that I do not consider my thinking as relevant within an environment outside my psyche, because what is built in solitude is perpetuated in the irrelevance of having subjects more appropriate to a universe of its own, difficult to penetrate, than to share of opinions. It is true that in spite of the years, convictions always prove to be as useless as the ephemeral existence of wise ignorance.
So why should I invite anyone? For a very simple reason: the silence hidden by words is terrifying, a monster that swallows the semantics of life to finally vomit contempt. Sometimes we have the impression that selfishness prevails in societies; which to a certain extent is true, despite not being an absolute statement. Understanding the individual needs of each person can be of great value in interpreting the mechanisms by which we move in groups, by the conjunctions of diverse affinities such as interests, sex, and sharing. There is always the exchange or what is received by what is given; a fact that is not necessarily pernicious, just educational. In addition to this stubborn behavior of people, there is a remote possibility of finding someone whose will is attuned to the absence of self. In other words, it will not carry for the coming days the absolute necessity of receiving something in return, only to give something of himself that is important to those who are close. I would not say that this person is someone who has everything, just that he does not need anything else than he has. I would not say that this person is fanciful, because he is inserted in communities that have already abdicated altruism, only someone who understands humanity in its most unpretentious traits. Certainly there are these aspects and they are stronger than the evil and the arrogance, otherwise I would not be here writing these phases in front of an existential comfort so superior to those of our history as specie.
And since I know this person exists, I'd like to invite her to dinner.
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Pense em qualquer pessoa no mundo, quem você convidaria para jantar?
O meu discurso nunca foi pensado para me colocar numa posição central, como a de protagonizar as palavras que supostamente deixariam a minha mente. A abstração de mim, um indivíduo que passa quase sempre despercebido pelos cenários da existência, é fundamental para a minha compreensão das pessoas que me cercam. Não é exatamente pelo fato de eu ter a vontade de entendê-las num âmbito mais psicológico, mas para conseguir ter um vislumbre do impacto dos meus próprios pensamentos na percepção alheia. O que aqui está implícito é que não tenho o mínimo apego em conversar com paredes, principalmente aquelas vestidas de certo corpo humano. Outra razão é que não considero as minhas ponderações como relevantes dentro de um ambiente externo à minha psique, pois, o que se constrói na solidão se pereniza na irrelevância de ter assuntos mais adequados a um universo próprio, de difícil penetração, do que ao compartilhamento de opiniões. É verdade que no pesar dos anos, as convicções sempre se revelam tão inúteis quanto à existência efêmera da ignorância sapiente.
Então, por que eu deveria convidar alguém? Por um motivo muito simples: o silêncio escondido por palavras é aterrador, um monstro que engole a semântica da vida para enfim vomitar o desprezo. Às vezes se tem a impressão de que o egoísmo prepondera nas sociedades. O que até certo ponto é verdade, a despeito de não ser uma afirmação absoluta. O entendimento das necessidades individuais de cada pessoa pode ser de grande valor para se interpretar os mecanismos pelos quais nos movimentamos em grupos, pelas conjunções de afinidades diversas como interesses, sexo e partilhas. Há sempre a troca ou o que se recebe pelo que se dá; fato que não é necessariamente pernicioso, apenas educativo. Além deste comportamento contumaz das pessoas, há uma remota possibilidade de se encontrar alguém cujo querer está sintonizado com a ausência de si. Em outras palavras, também não carregará pelos dias vindouros a necessidade absoluta de receber algo em troca, apenas dar algo de si que seja importante para quem está próximo. Eu não diria que esta pessoa é alguém que tem de tudo, apenas que não precisa de mais nada do que tenha. Eu não diria que esta pessoa é fantasiosa, devido ao fato de estar inserida em comunidades que já abdicaram do altruísmo, apenas alguém que compreende a humanidade em seus traços mais despretensiosos. Decerto existem estes aspectos e eles são mais fortes do que a maldade e a arrogância, senão não estaria aqui escrevendo estas frases diante de um conforto existencial tão superior aos da nossa história como espécie.
E como sei que esta pessoa existe, eu gostaria de convidá-la para um jantar.